quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Lençóis - Bahia

A história de Lençóis começa nos idos anos de 1845, durante o Ciclo do Diamante – quando garimpeiros em busca de riquezas fundaram um modesto arraial na região da Chapada Diamantina. A cidade preserva ainda hoje seu casario colonial e outras construções do século XVIII. O conjunto arquitetônico é composto em grande parte por casas térreas e sobrados. O ritmo das arcadas se repete nas fachadas e integram o Mercado à Praça dos Nagôs, localizada à margem do Rio Lençóis. Construção de fins do século XIX e início do século XX compõe com a ponte sobre o rio o acesso ao núcleo histórico da cidade de Lençóis que foi, em tempos áureos, a capital do diamante e a terceira mais importante da Bahia. Tombada pelo Patrimônio Histórico, Lençóis conserva viva a memória dos anos áureos da exploração de garimpo. Considerada a “Capital do Diamante”, a cidade revela, em suas ruas de pedra, reduto do casario colonial, parte da história do Brasil. O complexo patrimônio histórico da cidade abriga, ainda, o museu Afrânio Peixoto, com vários pertences do médico e escritor, inclusive originais dos romances e o fardão da Academia Brasileira de Letras. Oferece ainda a melhor infra-estrutura da região em pousadas, restaurantes e agências especializadas para quem deseja conhecer a Chapada Diamantina – um vasto altiplano exuberante de montanhas, rios, cachoeiras e cavernas, constituindo um dos melhores locais do Brasil para a prática do trekking. Reduto do ecoturismo, Lençóis se descortina em um dos contrafortes da Serra do Sincorá, diante da opulência de serras e morros, como o estonteante Pai Inácio, que oferece, lá de cima, uma vista panorâmica de toda a região. Vales e planícies da flora serrana, com bromélias, orquídeas e sempre-vivas, colorem a paisagem em um bonito contraste com espécies típicas da caatinga. Grutas, cânions e uma imensidão de cachoeiras, cercadas pela vegetação nativa de Mata Atlântica, completam o cenário local. Parque Nacional da Chapada Diamantina A região conta ainda com o Parque Nacional da Chapada Diamantina, com área de 152 mil hectares. A beleza encontrada ali é sem igual. Há trilhas com diferentes graus de dificuldade – muitas delas abertas por escravos, tropeiros e garimpeiros -, mas como não existe sinalização, a presença de um guia é fundamental, principalmente durante as trilhas mais longas. A aventura vem seguida de alguns dos mais belos cenários do Brasil, cortando as inúmeras grutas, cachoeiras, vales e montanhas da Chapada Diamantina. Um lugar ímpar, repleto de história, lendas e marcado por muita interação entre homem e natureza.
 
Atrações
Morro do Pai Inácio
Do alto desse mirante natural tem-se uma visão privilegiada da paisagem de toda a região. São 22km ligando Lençóis ao início da trilha, pela BR-242. Do seu pico, que fica a 1.150 m acima do nível do mar, avista-se a Serra do Sincorá, a Serra da Bacia e a Serra da Chapadinha. A visão do visitante abrange os 360 graus da paisagem, que se torna ainda mais encantadora ao sol poente.

Morro do Camelo
Com o cume a 1090 metros acima do nível do mar e 170 metros de a partir da base, o Morro do Camelo ficou famoso por ter sido cenário da abertura de uma novela de sucesso. Suas formas permitem duas interpretações aos observadores: visto da BR-242, em direção a Seabra, o gigante rochoso justifica seu nome, lembrando de fato, um camelo.

Poço Halley ou Paraíso
Nesse poço, formado pelo Rio Lençóis, as águas deslizam sobre as pedras e se espalham para uma área mais ampla, no meio de um cânion, com cerca de 3 metros de largura, 10 metros de comprimento e profundidade máxima de 2 metros. O local é excelente para banho e mergulho e fica no caminho para os morros da região.

Salão da Areias Coloridas
A 1,5km do centro de Lençóis, os salões de areias coloridas proporcionam, ao turista, um espetáculo à parte. Trata-se de um pequeno labirinto de pedras conglomeradas e de areias coloridas, fruto da erosão de rochas graníticas e conglomerados de arenito. O resultado é uma gama variada de cores e tonalidades que, em contraste com os raios de sol, forma um cenário de rara beleza. As mais de 30 cores diferentes rendem o famoso artesanato local: garrafinhas com desenhos ricos em detalhes das paisagens da região, feitas à mão e com esmero pelos artistas locais. A trilha de acesso é tranqüila e dura cerca de 20 minutos.

No Parque Nacional da Chapada Diamantina

Cachoeiras
da Fumaça
Com 340 metros de queda, suas águas se dispersam com a altura, formando uma nuvem de fumaça – o que deu nome ao local – e uma linda paisagem.

do Buracão
Essa cachoeira despenca de altura de 120 metros em meio a um grande cânion. A água de vários rios e riachos convergem para o chamado “buracão”, formando a maior cachoeira em volume de água da região.

do Ramalho
A queda tem 110 metros de altura, é formada pelo Rio Paraíba, e resulta num grande poço, ótimo para banhos.

do Sossego
No Rio Ribeirão, suas águas escuras caem em degraus de arenito e conglomerados por cerca de 15 metros.

Poço do Diabo
São várias piscinas naturais, boas para banho, e com duas belas cachoeiras em seus arredores.

do Licuri
Delicioso poço para banho, depois de uma leve caminhada por trilha entre vegetações de caatinga e cerrado.

Grutas
Poço Encantado
Abriga um lago com 61m de profundidade, com águas azuis escuras. A melhor época para visitação é entre abril e setembro, quando a gruta recebe mais raios de sol, entre 10h30 e 12h30. Para observar o poço – onde os banhos são proibidos –, é preciso adentrar 80 m na caverna por uma íngreme descida.

Torrinha
Essa caverna tem formações raras em grande quantidade, como a estalactite com cristal transparente e as flores de aragonita. Em alguns pontos é preciso andar agachado. Existem três opções de roteiro para visitar a Gruta da Torrinha, com diferentes preços e durações.

Lapa Doce
Gruta com 850 m subterrâneos repleta de estalactites e estalagmites.

da Pratinha
Nesse passeio é possível conhecer o lago externo e um trecho do rio que passa pela gruta - com a utilização de máscara e colete flutuante.

Azul
Paredão inclinado com lago no fundo – ou dolina -, onde o sol incide entre as 14h30 e 15h30. Essa visita pode ser feita junto com a Gruta da Pratinha, pois são vizinhas.

Poço Azul
Lago subterrâneo de coloração azulada. O melhor horário para visitação é entre 13h30 e 14h30, e o acesso à gruta é relativamente fácil.

do Lapão
É uma gruta formada por quartzito, com entrada de 50 m de diâmetro. São 3h de caminhada difícil – por 5 km - a partir de Lençóis